Durante a VI Reunião Ordinária do Subgrupo de Trabalho nº 5 (SGT-5) do Mercosul, iniciada nesta terça-feira (22/4), em Buenos Aires, o Conselho Empresarial de Transporte de Cargas por Rodovias do Mercosul e Chile (CONDESUL) — entidade que reúne representantes do setor privado dos países membros — apresentou uma série de reivindicações consideradas prioritárias para o fortalecimento do transporte internacional na região.
O documento, entregue aos Coordenadores Nacionais do SGT-5, destaca os principais entraves e propõe soluções para melhorar a fluidez, segurança jurídica e competitividade do setor. A manifestação reflete as preocupações comuns entre as entidades privadas do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile. A seguir, os principais destaques:
Harmonização de pesos e dimensões
Foi apontado novamente pelo Conselho a falta de padronização entre os países, tanto no peso bruto total quanto no comprimento dos veículos e a necessidade de se alcançar uma harmonização efetiva visto que a atual indefinição está permitindo circulação de equipamentos que superam os limites regulamentados.
Com o tema previsto em pauta, o CONDESUL reforçou que o setor privado concorda com a definição do limite de 19,30m para o conjunto cavalo-trator/semirreboque, com até 15,70m para o semirreboque, e reforçou a necessidade de unificar as tolerâncias de peso, defendendo o estabelecimento de uma taxa de tolerância comum de 3% ou 5% do PBT, conforme modelo aplicado atualmente pelo Uruguai e Brasil respectivamente.
Mercadorias perigosas e fiscalização educativa
O setor privado reafirmou a importância de participar ativamente das discussões sobre o novo Acordo de Produtos Perigosos (Decisão CMC 15/2019) e pede que as fiscalizações tenham, inicialmente, caráter educativo, facilitando a adaptação gradual tanto de transportadores quanto de expedidores.
Concessão de pontes internacionais
O CONDESUL manifestou mais uma vez oposição a projetos que visem a concessão de pontes internacionais sem consulta prévia ao setor transportador, como as previstas pelo governo brasileiro. Também expressou preocupação com a indefinição sobre o futuro da ponte de São Borja - Santo Tomé e do CUF, cujo último processo de licitação não avançou por falta de interessados e a concessão atual está vencendo, já sem possibilidade de prorrogação. Foi reforçado o pedido para que as autoridades de Brasil e Argentina encontrem uma solução urgente dada a relevância do passo.
Redução dos valores de multas no âmbito do ATIT
Voltou-se a solicitar a implementação urgente do novo regime de sanções acordado em 2019, que ainda não entrou em vigor por falta de formalização por todos os países. A entidade defende a sua aplicação retroativa desde a data do acordo.
Despacho antecipado no Chile como modelo regional
A adoção do “Despacho Antecipado” pela Aduana chilena foi elogiada por reduzir filas e agilizar a entrada de cargas. O sistema facilita o despacho sem necessidade de ingresso no Porto Terrestre de Los Andes (PTLA) através de alguns requisitos como documentação, ausência de inspeções adicionais e direitos aduaneiros pagos.
O CONDESUL sugere que os demais países do Mercosul adotem o modelo, desde que atendidos os critérios.
Revisão de taxas e práticas não harmonizadas
A entidade reiterou a necessidade de apoio dos coordenadores do Subgrupo na eliminação de práticas unilaterais, especialmente aquelas mapeadas nos estudo de fronteiras realizado pelo Instituto Procomex e listadas como gargalos à operatividade, como:
Sistema de “Guarda e Custódia” e taxa migratória aplicados pela Argentina;
Cobrança de estacionamento compulsório em Clorinda (AR) e fumigação dos veículos sem amparo legal no normativo do ATIT;
Cobrança de taxa administrativa das transportadoras em Ciudad del Este (PY), no valor de Gs 10.000;
Bloqueios em trâmites relacionados às licenças internacionais de transporte por multas pendentes aplicadas por Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. O Brasil e o Chile não aplicam tais bloqueios o que gera custos desleais seus operadores nesses países.
Cobrança de taxas e estadias em fronteiras
Foi criticada a cobrança unilateral de taxa de estadia por parte da concessionária CIEMSA no Uruguai, considerada injusta e prejudicial ao transporte por agregar mais um custo à operação. O CONDESUL propõe que os custos sejam atribuídos ao importador/exportador e não aos transportadores, e que veículos vazios sejam isentos.
Reuniões bilaterais periódicas
Por fim, o CONDESUL solicitou que os países promovam encontros bilaterais com maior regularidade, conforme previsto no Art. 14 do ATIT, para tratar de temas operacionais que ultrapassem a agenda do SGT-5.
Está aberta a consulta pública do Ministério dos Transporte para o recebimento de contribuições às matrizes origem-destino de cargas que subsidiarão o Plano Nacional de Logística 2050 (PNL). Esta fase do PNL 2050 estará aberta até 12 de maio de 2025, na plataforma Participa + Brasil.
Nessa fase, serão utilizados dados que mostram os principais municípios de origem e de destino das cargas transportadas no Brasil, para simular o tráfego e projetar a necessidade de melhorias na infraestrutura do país.
Dentro da plataforma Participa + Brasil é possível encontrar os arquivos e materiais teóricos que embasam o PNL e escrever sua contribuição com máximo de 2000 caracteres, sendo possível ainda adicionar arquivo com a contribuição em formato PDF.
PIT
O Plano Nacional de Logística é uma etapa do Planejamento Integrado de Transportes (PIT) do o Ministério dos Transportes. O PIT se desenvolve como um sistema encadeado de instrumentos de planejamento, organizado, além do Plano Nacional, em Planos Setoriais e Gerais.
Dentro do Plano Nacional de Logística 2050 ocorrem encontros regionais para debater as matrizes de cargas com o setor produtivo em todo o Brasil. O projeto abrange todos os modais.
O 1º Encontro ocorreu no dia 2 de abril, em Curitiba, para apresentar as matrizes da Região Sul e apresentar o PNL. O 2º Encontro aconteceu no dia 16 de abril, em Cuiabá (Região Centro-Oeste). O 2º Encontro aconteceu nesta terça-feira (22/4), em Cuiabá (Região Sudeste). Os demais encontros estão previstos para serem realizados nos dias 30 de abril em Manaus e 06 de maio em Recife.
Com o avanço na informatização de seus serviços, a ANTT deu, nesta quarta-feira (16/4), mais um passo importante rumo à modernização e à eficiência na prestação de serviços públicos. A nova ferramenta de consulta de multas permite que qualquer pessoa verifique, de forma rápida e segura, qual o sistema utilizado para o processamento da respectiva autuação. O sistema de pesquisa está disponível no portal da Agência.
A consulta é feita por meio do número do Auto de Infração, identificando automaticamente se a multa foi registrada no SIFAMA ou no RADAR, cada um com suas particularidades:
• SIFAMA: voltado para autuações relacionadas a transporte de cargas e passageiros. Para acessar essas informações, é necessário realizar um cadastro simples com CPF/CNPJ e e-mail, garantindo maior segurança ao usuário. Geralmente, o auto de infração começa com 4 letras ou mais.
• RADAR: utilizado principalmente para infrações relacionadas à fiscalização em rodovias federais concedidas e em operações regulares da ANTT. A consulta pode ser feita com placa e RENAVAM, sem necessidade de login. Geralmente, o auto de infração começa com 2 ou 3 letras.
O novo sistema de busca atende a uma demanda antiga dos autuados e representantes legais, oferecendo mais agilidade e clareza no acesso às informações. A iniciativa reforça o compromisso da ANTT com a modernização da gestão pública e com a aproximação dos serviços da sociedade.
Através do Link acima, basta inserir o auto de infração no campo mostrado na imagem para ser direcionado à plataforma de consulta das multas do SIFAMA ou RADAR.
Caso o usuário precise de mais informações, o portal também disponibiliza canais adicionais de atendimento, como:
• Plataforma Fala.BR
• Telefone: 166
• Atendimento presencial na sede da ANTT, em Brasília