A Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI) comunica a retomada das reuniões bilaterais/multilaterais com países do MERCOSUL e outras nações vizinhas no próximo ano, conforme informado pela Assessoria de Relações Internacionais - ASINT, da ANTT. Este retorno marca uma fase significativa para o fortalecimento das relações internacionais e discussões vitais para o setor de transporte internacional.
As reuniões, que serão realizadas tanto de forma presencial quanto virtual, estão programadas para ocorrer com a Guiana em janeiro em Boa Vista-RR, com a Guiana Francesa em fevereiro de forma virtual, na Venezuela também em fevereiro em Caracas/VN, e com a Bolívia em maio, em local ainda a ser definido.
Diante desta oportunidade, a ABTI convoca seus associados a participarem ativamente na formulação da agenda destes encontros. A associação solicita que sugestões e pontos de atenção sejam enviados até o dia 4 de janeiro de 2024, abordando temas como regulamentações, desafios operacionais e oportunidades de parceria no âmbito do transporte internacional.
As contribuições dos associados são fundamentais para que a ABTI possa representar de forma abrangente e precisa os interesses do setor nas discussões internacionais. Os interessados devem enviar suas propostas para o e-mail comunicacao@abti.org.br com o assunto "Contribuição para Pauta - Reuniões 2024".
A ABTI reafirma seu compromisso em ser a voz ativa do setor de transporte internacional, promovendo um diálogo construtivo e eficaz com os países vizinhos para o desenvolvimento e fortalecimento do comércio e transporte na região.
Para mais informações e esclarecimentos, a ABTI permanece à disposição.
O Banco Central liderado por Santiago Bausili iniciou um percurso marcado por uma forte desvalorização inicial que se combina com uma taxa de desvalorização mensal de 2%. Algumas chaves para este plano, nesta nota.
Como já se sabe, o Governo de Javier Milei, na figura do Banco Central (BCRA) chefiado por Santiago Bausili, previu no pacote de medidas anunciado por Luis Caputo que o dólar oficial se valorizaria 118% nesta quarta-feira, até atingir cerca de $800 e foi esclarecido que será aplicada uma taxa de mobilidade de cerca de 2% ao mês.
"O dólar futuro e os paralelos marcavam uma desvalorização esperada de 40% antes de o governo ajustar o câmbio nesses valores", disse ao jornal Ámbito o economista Martín Kalos, diretor da Épyca Consultores. Portanto, a princípio, pode-se dizer que foi aplicado um salto do dólar maior que o esperado (uma espécie de overshooting), a fim de proporcionar um choque que reduza as lacunas com os dólares paralelos e um ritmo de ligeira depreciação mensal controlada.
Conforme informou o BCRA, a ideia é que o reajuste cambial anunciado desempenhe o papel de âncora complementar à fiscal nas expectativas de inflação e o objetivo de aplicar essa desvalorização inicial de 54% e depois manter um ritmo mensal de depreciação de 2%.
O risco de a inflação consumir o salto da taxa de câmbio
Claramente, se trata de uma taxa de desvalorização mensal baixa, se tivermos em conta que a inflação nos próximos meses está estimada entre 20% e 30% de dezembro a março pelo menos. Porém, com esta política o Banco Central pretende enviar uma mensagem ao mercado de que não será aplicado um dólar fixo.
O objetivo, como Ámbito pôde saber, é mantê-lo sempre abaixo da inflação e desta forma enviar uma mensagem ao mercado de que não será aplicado um dólar fixo, mas também deixa a porta aberta para ajustar esse percentual adiante embora o objetivo seja fazê-lo sempre abaixo da inflação.
Segundo estimativa da consultoria 1816, "com crawling peg de 2% ao mês e inflação de 25% ao mês (o que é otimista), em apenas 2 meses a taxa de câmbio real passaria de $800 para a área de $530 medido "aos preços de hoje"; se a inflação fosse de 30% ao mês em 2 meses, esse câmbio estaria abaixo de $500."
E o Banco Central já informou que "o reforço da âncora fiscal que constitui esta âncora nominal é considerado uma necessidade temporária que diminuirá à medida que o compromisso e a visibilidade do esforço fiscal forem apreciados em toda a sua dimensão". Isto foi expresso num documento recente sobre as orientações da política monetária que publicaram há poucos dias.
Dólar: o que passará de agora em diante
O Governo ainda não estabeleceu quanto tempo durará esta taxa de crawl de 2% e isso é um elemento chave para que a taxa de câmbio possa servir de âncora. No momento, o BCRA considera que poderá vigorar ainda por alguns meses. O risco é que a taxa de câmbio fique rapidamente para trás e tenha que fazer uma forte desvalorização em breve.
O BCRA está tratando de resolver as circunstâncias atuais e responder aos cenários que surgem com as diferentes ferramentas de que dispõe: a taxa, a taxa de câmbio e a graduação do acesso ao dólar para importações (esta última, pelo momento, porque pretendem, a longo prazo, liberar esse mercado, mas isso levará tempo).
"O Governo aposta num câmbio elevado sem unificação cambial neste momento, mas que espera aplicar posteriormente, e com uma diferença menor", resume o economista e diretor da MyR Consultores, Fabio Rodríguez, em diálogo com este meio .
Isto ocorre num contexto em que se aguarda que, "de momento, se espera que o cepo continue, mas tentarão simplificar muitas regras e regulamentos cruzados que existem atualmente no mercado cambial".
Este é o processo realizado pelo novo BCRA para sair de um regime monetário que consideram esgotado. Mas, antecipa que o processo de desarmamento levará tempo e que, tal como antecipou o Governo, "vê-se que o início da administração será muito inflacionário, devido à inércia e à desvalorização da taxa de câmbio oficial".
Fonte: Ámbito
Evento trouxe os resultados obtidos nos primeiros seis meses do teste experimental do free flow no Brasil
A vice-presidente executiva da ABTI, Gladys Vinci, acompanhou nesta quarta-feira (13), de forma virtual, o "Workshop Sandbox Free Flow - resultados e perspectivas", importante evento realizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) no auditório de sua sede, em Brasília. A iniciativa, transmitida ao vivo pelo canal do Youtube da ANTT, reuniu centenas de participantes presenciais e online em uma manhã repleta de informações sobre os resultados obtidos nos primeiros seis meses do teste experimental do Free Flow no Brasil.
O diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale, abriu o evento destacando a importância do marco alcançado no campo do sandbox regulatório do Free Flow, realizado em parceria com a Concessionária CCR Rio-SP. "Enfatizo aqui o papel fundamental da CCR, que, com audácia, propôs o sandbox à ANTT. A rapidez na instrução do processo e a colaboração de todas as equipes envolvidas, tanto da Agência quanto da CCR, foi fundamental", destacou.
O Free Flow representa uma inovação no pagamento automático de pedágios, permitindo a livre passagem dos veículos sem a necessidade de redução de velocidade. Os veículos são identificados por pórticos com equipamentos de última geração que reconhecem TAGs ou placas. A tecnologia avançada determina o valor da tarifa com base em características como altura, largura, comprimento e quantidade de eixos.
Conforme o diretor-geral, os números apresentados foram muito positivos, e há planos de consolidar as informações até o final do ano e expandir a solução regulatória para todos os contratos da ANTT, os novos e os que já estão em andamento. "O Free Flow é uma agenda prioritária da ANTT para o ano que vem", completou Vitale.
O primeiro painel do workshop focou na execução do Multi-Lane Free Flow e apresentou resultados significativos. Carla Fornasaro, Diretoria-Presidente da Concessionária CCR Rio-SP, compartilhou a experiência desafiadora de implementar o primeiro Free Flow do país. Operacional desde março de 2023, o projeto abrange a BR-116 e a inédita concessão da BR-101, que liga Ubatuba (SP) ao Rio de Janeiro, representando um investimento na ordem de R$ 25 bilhões.
Fornasaro também destacou o pioneirismo, a tecnologia de última geração e a inovação do sistema de pedágio free flow. A solução elimina barreiras físicas, reduz acidentes e minimiza impactos sociais e ambientais. A execução do projeto representa um avanço significativo para o setor rodoviário e de transportes terrestres, contribuindo para a viabilidade de novos projetos e reduzindo a inadimplência.
Alguns pontos relacionados à comunicação foram apresentados como pontos a se evoluir. O primeiro é tornar a TAG característica comum nos veículos nacionais. Com este recurso, o sistema faz a leitura da TAG instalada no veículo e a tarifa é cobrada direto na sua fatura. As TAGs são oferecidas pelas Operadoras de Pagamento Automático de Pedágio, que são empresas autorizadas por agências reguladores.
Segundo a representante da CCR, também é preciso fazer o freeflow mais conhecido pelo público, principalmente para que contribuam com o processo de autopagamento para quem não possui TAG. Nestes casos, o sistema faz a leitura da placa e o valor da passagem estará disponível para pagamento em até 48 horas. A tarifa deve ser paga em até 15 dias corridos por meio de cartão de crédito ou PIX. O não pagamento da tarifa está sujeito a multa de trânsito.
Os indicadores apresentados, contudo, mostram boa adesão ao processo de pagamento. Em outubro, a média de inadimplência ficou em apenas 12%.
O segundo painel do dia abordou a regulamentação, novas concessões e perspectivas do Free Flow. O diretor da ANTT, Luciano Lourenço, abriu o painel destacando o desafio enfrentado pela CCR Rio-SP e enalteceu a proposta disruptiva que resultou em um trabalho conjunto, entre os times da concessionária e da Agência, bem-sucedido. Lourenço ressaltou a importância de envolver a sociedade, a classe pública e o Ministério Público no projeto, destacando que o Free Flow tem o potencial de transformar as rodovias nacionais e tornar os projetos de concessão mais atrativos.
"Com o Free Flow é possível reduzir as tarifas e manter o investimento nas rodovias. Foi um trabalho muito bem feito e engajado entre os times de regulação, fiscalização, jurídico, técnico, tecnológico e da alta direção de todos os envolvidos", completou Lourenço.
O Workshop foi transmitido ao vivo no canal do Youtube da ANTT. Assista na íntegra!
Visita técnica ao Chile
Antes da realização do Workshop, a ANTT, por meio da Superintendência de Fiscalização (SUFIS), iniciou uma visita técnica de dois dias na capital do Chile, Santiago, para explorar e compreender a implementação do sistema de pedágio eletrônico Free Flow em rodovias chilenas. A comitiva brasileira conheceu de perto as experiências da Concessionária Rota del Maipo e de órgãos reguladores do país chileno.
Na visita, foram apresentadas as experiências de migração do pedágio convencional para o Multi Lane Free Flow (MLFF). Junto à Direção Geral de Concessões do Ministério de Obras Públicas do Chile foram discutidas as multas do sistema chileno, inadimplências e casos não cobráveis. E em reunião com os Carabineros de Chile, foi fornecida uma visão abrangente sobre a segurança e a integração do Free Flow nas estradas chilenas.
Grupo de Trabalho
Ainda dentro do rol de ações referentes ao Free Flow, a ANTT anunciou na quarta-feira a criação de um Grupo de Trabalho (GT) provisório responsável pelo planejamento e implantação do Free Flow no Trecho Metropolitano da BR-116, compreendido entre os quilômetros 205 e 230, também sob administração da concessionária CCR RioSP.
De acordo com a Portaria, o GT terá como objetivos principais o desenvolvimento de estudos e a viabilização da implementação do Free Flow nesse trecho. Para alcançar esses objetivos, foram estabelecidas metas a serem atingidas, incluindo o início das atividades até 29 de fevereiro de 2024 e a entrega do relatório final sobre os resultados observados até 31 de março de 2025.