Os transportadores rodoviários internacionais de cargas da Bolívia estão realizando uma série de protestos ao redor do país solicitando soluções para a falta de combustível e de dólares, além da revogação do Decreto Supremo 5146, que, segundo a Cámara Boliviana de Transporte, é discriminatória e fere o direito ao trabalho.
A falta de dólares está ligada a uma queda das importações. Desde o ano passado, a Bolívia registra uma menor entrada de divisas devido a diminuição nas vendas de gás, sua principal fonte de receitas até 2020.
O governo do presidente Luis Arce teve que recorrer às suas reservas internacionais para subsidiar o preço dos combustíveis importados.
A busca por diesel e por dólares vem levando à formação de grandes filas em postos de combustíveis e bancos ao redor do país.
Nesta semana, os transportadores protagonizaram um bloqueio de 48 horas (na segunda e terça-feira) de importantes vias de acesso às regiões de Oruro, La Paz e Cochabamba. Esta medida de pressão ocorre depois de a liderança dos transportes ter esperado até domingo para ser chamada pelo presidente Luis Arce para uma reunião que não foi realizada.
Após o protesto, os representantes dos transportadores informaram que se realizará um bloqueio indefinido das rodovias no país se até 14 de junho o presidente no os receber em uma reunião.
O decreto supremo, outra fonte de insatisfação, foi emitido em abril e regula os contratos entre empresas de transporte internacional e motoristas, estabelecendo que "os contratos de subcontratação celebrados por empresas do setor do transporte deverão ser registados ante o Ministério de Obras Públicas" e não diretamente com a Cámara Boliviana de Transporte.
Segundo o governo, isto impede a exploração de motoristas que eram subcontratados, mas não recebiam pagamento adequado ou justo.
Já sindicatos do setor criticaram a decisão por supostamente dificultar o processo de subcontratação, afetando o acesso de motoristas a trabalho e a capacidade de transporte das empresas.
Com informações de El Día