Continuando a divulgação das palestras realizadas durante o 5º Congresso Itinerante do Transporte Rodoviário Internacional (ITRI), realizado no dia 25 de outubro, em Uruguaiana, trazemos agora o resumo da palestra "Inovações do RNTRC – Registro Nacional dos Transportadores Rodoviários de Cargas", ministrada pelo Superintendente da SUROC, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), José Amaral Filho.
Acesse o material da apresentação de José Amaral Filho aqui ou a palestra na íntegra em nosso canal no Youtube clicando aqui.
O palestrante iniciou relembrando o desenvolvimento do Registro, que antes possuía função limitada à coleta de estatísticas relativas aos transportadores e frotas e evolui para uma autorização para realização da atividade.
Diante de sua evolução, José detalhou que uma das principais preocupações da ANTT é em agregar valor ao RNTRC, fazendo dele algo além de uma autorização, mas uma ferramenta que contribua para o desenvolvimento geral do setor. Neste sentido, o Registro foi inserido pela ANTT dentro do Ciclo ESG (Environment, Social and Governance), uma iniciativa que objetiva a integração de boas práticas ambientais, sociais e de governança nos serviços da Agência.
No âmbito do transporte rodoviário de cargas, o trabalho da Agência busca transformar o RNTRC em uma ferramenta que fomente a descarbonização do transporte e o alinhamento do setor aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS); a resolução de problemas em parceria com o setor privado; melhor prestação de serviço; e promover novas regulamentações e políticas setoriais.
José Amaral explicou o porquê esses objetivos foram destacados trazendo dados sobre os níveis de emissão antrópica produzidas pelo transporte e a baixa adesão a fontes de energia renovável, além da necessidade de renovação da força de trabalho no setor. As pesquisas apresentadas mostram que a idade média dos motoristas é de 45 anos e os níveis de interesse na carreira estão baixos. Entre os empresários do transporte, 65% afirmam ter dificuldade em contratar motoristas.
Para aplicar os princípio do ESG no Registro, a Agência pretende incluir novos parâmetros de avaliação na ferramenta. José listou algumas das ideias que estão sendo aventadas. São elas:
Avaliações ambientais: abrangendo emissões de gases, idade da frota, substituição da frota por veículos que utilizem combustíveis menos poluentes, etc.
Avaliações de aspectos sociais: contratação de mulheres e igualdade de gênero, jornada dos motoristas e qualidade dos locais de espera.
Avaliações de aspectos de governança: aderência às normas do TRC (RNTRC, VPO, PEF), gestão de riscos e contratação de seguros.
Estas avaliações permitiriam a criação e emissão de selos RNTRC que evidenciem a adesão das empresas aos valores ambientais, sociais e de governança, contribuindo para que o Registro se torne também um padrão de qualidade.
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