Depois de ter realizado uma bateria de medidas econômicas, o ministro da Economia argentino e candidato presidencial da União pela Pátria, Sergio Massa, se reunirá nesta segunda-feira no Brasil com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para avançar em um acordo que permita à Argentina pagar as importações para o país vizinho através do swap acordado com a China.
Em detalhe, a agenda de Massa no Brasil inclui um encontro com o seu par econômico brasileiro, Fernando Haddad, e com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a partir das 14h00, enquanto às 17h00 terá um encontro com Lula da Silva.
Por sua vez, o funcionário argentino estará acompanhado do secretário da Indústria, José Ignacio de Mendiguren, e do embaixador argentino no Brasil, Daniel Scioli, da secretária de Energia, Flavia Royón, e também dos legisladores Eduardo Valdés, Natalia de la Sota e Alejandro "Topo" Rodríguez, este último do bloco de Identidade de Buenos Aires.
Nesse sentido, a delegação argentina buscará avançar um acordo para que as importações do Brasil possam ser pagas através do yuan disponível no Tesouro Nacional através do swap acordado com o gigante asiático.
Conforme especificou o Palácio da Fazenda, isso permitiria, por um lado, "manter o ritmo" da renda dos insumos brasileiros essenciais para a indústria nacional argentina; e, de outro, a "otimização dos recursos em dólares disponíveis no Banco Central".
Da mesma forma, nas reuniões desta segunda-feira também serão trabalhados a abertura dos mercados agrícolas; sobre questões relacionadas com a licitação e procura de financiamento para a segunda fase do Gasoduto Néstor Kirchner (troço que vai de Salliqueló-San Gerónimo); e o acordo estratégico para o transporte marítimo e fluvial.
Ressalte-se que a Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, depois da China e dos Estados Unidos, mas, diferentemente dos dois primeiros, é o principal comprador de produtos industrializados.
O acordo que Massa procurará formalizar com Lula da Silva acontecerá no marco da nova incorporação da Argentina ao grupo de economias emergentes BRICS, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Durante sua recente visita a Washington, Estados Unidos, para acertar o desembolso de US$ 7,5 bilhões do FMI, Massa disse em entrevista coletiva que a viagem ao Brasil buscará "facilitar ainda mais o procedimento de utilização de reservas, num momento em que temos que cuidar deles."
"Iremos ao Brasil para facilitar ainda mais o procedimento de utilização das reservas, num momento em que temos que cuidar delas", antecipou o ministro da Economia na ocasião.
Por sua vez, o ministro da Economia brasileiro, Fernando Haddad, anunciou que o mecanismo a ser utilizado consistirá na conversão direta do yuan para o real pelo estatal Banco do Brasil, num total de até 140 milhões de dólares norte-americanos.
"Os exportadores brasileiros podem ter algum fluxo de vendas de seus produtos com 100% de garantia. Para o nosso país não há problema, porque o câmbio será feito do yuan para o real e isso também garante ao Tesouro Nacional que não há risco de inadimplência", disse Haddad.
Fonte: Diputados Bonaerenses
Imagem: Reprodução/Twitter/@SergioMassa