Por inciativa do deputado estadual Zé Nunes, que preside a Frente Parlamentar para Nova Modelagem do Polo de Pelotas, ocorreu na quinta-feira, 20 de março, uma audiência pública da Assembleia Legislativa do RS, na cidade de Pelotas. O evento contou com a presença de deputados federais e estaduais, prefeitos, vereadores e lideranças da região, além de entidades do setor como ABTI, Fetransul e o Setcesul.

A rejeição à possibilidade de qualquer prorrogação do contrato da Ecosul foi percepção unânime na audiência. A secretária nacional do Transporte Rodoviário, Viviane Esse, foi tácita ao garantir que não haverá nenhuma prorrogação da concessão ao término do contrato. Segundo ela, caso o leilão não seja feito a tempo de uma nova operação, o DNIT assumirá as rodovias pelo prazo que for necessário.

As manifestações das autoridades se encaminharam para que a região tenha um período de vacância de pelo menos dois anos, para proporcionar um tempo de recuperação da economia regional, fortemente impactada pelas altas tarifas de pedágios. Dirigentes empresariais apontam que a Zona Sul passa por um ciclo de desindustrialização decorrente do alto custo logístico.

Paulo Ziegler, representando a ABTI, assinalou que os altos custos do pedágio da BR-116 e da BR-392 impactam o transporte rodoviário internacional de cargas para o Uruguai. Segundo ele, a certeza do fim do contrato da Ecosul é a oportunidade de se construir uma nova concessão condizente com a realidade regional, e que ao mesmo tempo, volte a impulsionar a economia.

Já Rudimar Pulcinelly, ex-presidente do Setcesul, e vice-presidente da Fetransul, questionou a demora do Ministério dos Transportes em desenvolver um novo projeto de concessão: "sabiam há muito tempo que o contrato terminaria em março de 2026", acrescentou.

Foto: Divulgação/Setcesul